“Síndrome pós-COVID”, ou “Long COVID” em inglês, é um termo que está sendo utilizado para descrever os casos em que a pessoa foi considerada curada da infecção por SARS-CoV-2, mas continua apresentando alguns sintomas ou problemas de saúde relacionados com a infecção, como cansaço excessivo, dor muscular, tosse, dificuldade de pensamento e/ou sensação de falta de ar.
De acordo com a OMS, para ser considerada uma condição pós-COVID, a pessoa deve apresentar todos estes critérios:
Apresentar sintomas 3 meses após os primeiros sintomas de COVID-19;
Ter tido uma infecção confirmada ou provável por SARS-CoV-2;
Ter sintomas ou problemas de saúde que duram por mais de 2 meses;
Não possuir outro diagnóstico que justifique os sintomas.
Este tipo de síndrome já foi observada em outras infecções virais do passado como a gripe espanhola ou a infecção por SARS, e, embora a pessoa já não tenha o vírus ativo no corpo, continua apresentando alguns sintomas que podem afetar a qualidade de vida. Dessa forma, esta síndrome está sendo classificada como uma possível sequela da COVID-19.
Principais sintomas
Alguns dos sintomas que parecem continuar depois da infecção, e que estão caracterizando a síndrome pós-COVID, são:
Cansaço excessivo;
Dor muscular;
Tosse;
Dor de cabeça;
Nariz entupido;
Sensação de falta de ar;
Dor ou sensação de pressão no peito;
Palpitações;
Perda do paladar ou cheiro;
Diarreia e dor abdominal;
Confusão e/ou dificuldade de concentração/pensamento.
Estes sintomas podem surgir como sintomas “novos” ou manter-se desde a fase inicial, mesmo depois que a pessoa é considerada curada e os testes de COVID-19 dão negativo. Também é possível que os sintomas vão flutuando ao longo do tempo, isto é, que tenham períodos em que são mais intensos e outros em que são mais leves.
No caso de sintomas com potencial para serem um sinal de problema grave, como ter palpitações, sentir uma forte pressão no peito ou ter sensação de falta de ar, é importante ir ao hospital ou consultar um clínico geral.
Porque acontece a síndrome
A síndrome pós-COVID, assim como todas as possíveis complicações do vírus, ainda estão sendo estudadas. Por esse motivo, não se conhece a causa exata para o seu aparecimento. No entanto, como os sintomas aparecem mesmo depois que a pessoa é considerada curada, é possível que a síndrome seja causada por alterações deixadas pelo vírus no corpo.
Nos casos leves e moderados, a síndrome pós-COVID está sendo relacionada à “tempestade” de substâncias inflamatórias que acontece durante a infecção. Essas substâncias, conhecidas como citocinas, são produzidas em grande quantidade durante a infecção e podem acabar se acumulando no sistema nervoso central, causando vários dos sintomas característicos da síndrome.
Já nos pacientes que apresentaram uma forma mais grave de COVID-19, é possível que os sintomas persistentes sejam resultado de lesões causadas pelo vírus em várias partes do corpo, como pulmões, coração, cérebro e músculos, por exemplo.
Quem tem maior risco de ter a síndrome
De acordo com um estudo feito em 2020 [2], o risco de desenvolver síndrome pós-COVID parece ser superior em:
Idosos, especialmente com mais de 70 anos;
Mulheres;
Pessoas que tiveram 5 sintomas ou mais durante a primeira semana de infecção por COVID-19.
Além disso, pessoas com asma também apresentam uma tendência maior para o desenvolvimento da síndrome pós-COVID.