A saturação de oxigênio é uma percentagem que representa a quantidade de oxigênio que está circulando no sangue. Esse valor é obtido comparando a quantidade de hemoglobina que está ligada ao oxigênio com a quantidade de hemoglobina que não está ligada a oxigênio. A hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos que tem como principal função transportar o oxigênio dos pulmões para as várias partes do corpo.
O ideal é que a saturação de oxigênio esteja sempre o mais próximo possível de 100%, geralmente acima de 95%, pois isso indica que existe bastante oxigênio circulando. No entanto, pessoas que possuem algum tipo de problema respiratório crônico, como asma ou DPOC, podem apresentar valores de saturação inferiores (88-90%) sem ser motivo de preocupação.
Quando o valor de saturação diminuiu muito rapidamente ou quando se encontra abaixo de 85-90% pode indicar a presença de algum problema de saúde grave, como pneumonia, insuficiência cardíaca ou anemia, que precisa ser identificado no hospital e tratado o mais rápido possível.
Para que serve a saturação
A saturação de oxigênio é considerada um dos parâmetros mais importantes da avaliação médica, juntamente com a frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória e temperatura. Isso acontece porque o valor de saturação está diretamente relacionado com o que acontece no corpo, estando diminuído quando existe algum problema de saúde potencialmente grave, como:
Problemas respiratórios: asma, DPOC, enfisema, embolia, fibrose cística;
Problemas cardíacos: insuficiência cardíaca ou defeitos congênitos;
Anemia.
Além de ajudar no diagnóstico de algumas doenças, a saturação de oxigênio pode ainda ser usada para monitorar o tratamento destas condições, assim como ajudar na avaliação do estado geral de saúde de pessoas internadas.
Relação da COVID-19 com a saturação de oxigênio
A COVID-19 é uma infecção que afeta principalmente o sistema respiratório, causando sintomas como tosse intensa, sensação de pressão no peito, dificuldade para respirar e cansaço. Dessa forma, é normal que a saturação de oxigênio em pessoas infectadas diminua ligeiramente, já que o pulmão se encontra afetado e não consegue realizar a troca de oxigênio corretamente.
O esperado é que a saturação de oxigênio em pessoas com COVID-19 se mantenha acima de 90-95%, por isso, quando o valor é inferior, é importante que exista avaliação de um profissional de saúde, que poderá optar por iniciar o tratamento com suplementação de oxigênio no hospital.
Nas situações mais graves de COVID-19, a saturação de oxigênio pode atingir valores inferiores a 80%, sendo necessário o internamento no hospital, normalmente numa UTI. Veja como é feito o tratamento da COVID-19.
Como medir a saturação de oxigênio
A saturação de oxigênio é avaliada através de um exame chamado de “oximetria”. Esse exame pode ser feito de duas formas:
Oxímetro de dedo: é a forma mais comum e fácil de medir a saturação de oxigênio. Consiste na colocação de um aparelho, o oxímetro, na ponta do dedo, que mede a quantidade de oxigênio sem ser preciso qualquer tipo de picada ou coleta de sangue;
Gasometria arterial: é menos comum, mas é a forma mais precisa de saber o valor exato de oxigênio no sangue. É uma técnica feita no hospital na qual o médico retira uma amostra de sangue arterial, que é depois analisada em laboratório. A gasometria também apresenta outros parâmetros importantes como pH do sangue, pressão parcial de oxigênio (pO2) e de gás carbônico (pCO2).
A oximetria pode ser feita em casa com o uso do oxímetro de dedo, que pode ser comprado em farmácias e alguns supermercados. No entanto, é importante ter alguns cuidados, como não estar usando esmalte de unha, para garantir um resultado mais preciso. Veja mais sobre a oximetria e como medir a saturação corretamente.
Valores normais de saturação
Os valores normais de saturação variam de acordo com o histórico de saúde de cada pessoa. Assim, para pessoas aparentemente saudáveis e sem histórico de doenças associadas, o valor normal de oxigênio é considerado acima de 95%, sendo normal observar-se saturação acima de 98% a maior parte do tempo.
Já para pessoas com histórico de doenças respiratórias, como DPOC ou asma, a saturação de oxigênio pode variar entre 88 e 95%. Ainda assim, saturações abaixo de 95% devem ser sempre avaliadas por um médico que poderá indicar qual o intervalo a considerar normal em cada caso, dependendo do histórico de saúde associado.
O que fazer quando a saturação está baixa
Numa pessoa saudável, quando a saturação de oxigênio está mais baixa, entre 90 a 95%, geralmente significa que existe algum catarro na via aérea que pode estar diminuindo a quantidade de oxigênio que chega no sangue. É por isso que essa diminuição é comum em situações de gripe ou resfriado. Quando isso acontece existem algumas medidas simples que podem ajudar a aumentar os níveis de oxigênio, como:
Tossir um pouco, para mobilizar as secreções e facilitar a oxigenação;
Ficar sentado em vez de deitado, para reduzir a pressão sobre os pulmões;
Respirar fundo e lentamente, para aumentar a quantidade de ar que chega nos pulmões;
Ficar num local arejado, para garantir maior quantidade de oxigênio;
Evitar locais muito quentes ou muito frios, pois podem dificultar a respiração.
No entanto, quando a saturação é muito baixa, por exemplo, abaixo de 85%-90% pode indicar problemas mais graves, como uma pneumonia, por exemplo, e por isso é recomendado ir ao hospital ou chamar ajuda médica, para fazer uma avaliação mais detalhada. Enquanto se espera pela ajuda médica podem ser experimentadas as técnicas anteriores, para tentar aumentar ligeiramente a saturação e diminuir o esforço respiratório.
É importante lembrar que existem várias condições crônicas que diminuem a saturação sem ser indicativo de emergência, como é o caso da asma, anemia, DPOC, enfisema ou problemas cardíacos. Nesses casos é importante falar com o médico para entender até que valores se pode considerar que a saturação é normal.